Olá, este blog foi criado para mostrar o que faço quando não estou fazendo nada!

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

FELIZ NATA!!

O VAGALUME



por Fernanda Caprio
(publicado no livro "UM NATAL INESQUECÍVEL", coletânea de textos de Natal publicado pela Editora THS, em dez/2013)


Sabe esses dias em que a esperança parece desaparecer dos nossos corações? Eu estava num dia desses...
O desanimo invadiu a casa, entrou pela porta, pelas frestas das janelas e parecia querer dominar todos os objetos. Por fim, me contaminou...
Motivo? Temos tantos motivos para agradecer que eles se tornam invisíveis no cotidiano, aí passamos a nos deixar entristecer e chatear por coisas pequenas, e de repente, a desesperança toma uma proporção inesperada.
E neste estado coisas eu me entreguei ao sofá. Puxa, o sofá! Um ente acolhedor que pode tornar nossa vida simplesmente confortável ou arruinar passeios, caminhadas ao ar livre, conversas informais.
Então, deitei-me pesadamente no sofá da sala, na certeza de ali permanecer, entregue passivamente à decisão da programação da TV. O sol encerrou seu trabalho do dia e convidou a noite para entrar pela janela semiaberta.
Lá pelas tantas, depois de horas a fio no escuro, vi uma luz esverdeada dançar dentro da sala. Penetrante, atrativa, balançava graciosamente pelo espaço desviando de paredes e objetos.
Aquilo me fez levantar e olhar mais de perto: um vagalume? O que, um vagalume na minha sala? Que coisa rara! Que coisa bela!
A luz fosforescente brincava e cintilava no ar. Meu torpor desapareceu e passei a segui-lo com os olhos, até que ele veio para perto e pousou no sofá do qual eu havia me levantado. E quando olhei bem de perto, ele se apagou, como que descansando do vôo de apresentação feito só para mim.
Uma magia estranha tomou conta do ambiente. Pareceu-me que as paredes da sala desapareceram. Lembrei-me que a ultima vez que vi um vagalume foi na minha infância, num sítio da família e dezenas de memórias bonitas vieram à tona.
Desviando os olhos levemente vi, ao fundo, janela afora, milhares de estrelas reluzentes, algumas do tamanho de meu pequeno vagalume, outras maiores e mais brilhantes. E uma delas se desgarrou do céu e veio pousar bem no meu sofá.
De repente me senti livre, feliz, leve. E pensei: como um pequeno bichinho pode trazer tanto conforto! Que mundo misterioso esse...
A desesperança desapareceu. Aquela era uma mensagem, um sinal, de que ninguém nunca está sozinho, que coisas pequenas (como um vagalume) podem ser fonte de grande conforto e beleza, que a vida pode ser bem vivida quando olhamos para as mesmas coisas com outros olhos, que o que é belo pode vir até nós desde que tenhamos sensibilidade para enxergar.
E nessa reflexão, lembrei-me do Natal. E me perguntei qual seria a mensagem contida nas luzes piscando nas árvores, na fachada iluminada das lojas, nos enfeites brilhantes espalhados por todos os cantos? Comparei-as com aquela luzinha mágica do meu vagalume, capaz de iluminar a escuridão da sala e acender meu próprio coração, e conclui: ESPERANÇA!
Então me aproximei do vagalume, com a vontade de guardá-lo comigo para não mais perder a ESPERANÇA, e ele levemente decolou e foi em direção à janela, pairando na soleira, parecendo me convidar a me aproximar. Aproximei-me e ele voou rumo às estrelas, e se perdeu entre elas.
Então compreendi o que o vagalume veio me dizer: a ESPERANÇA visita os corações com coisas simples. Mas não é possível aprisioná-la ou guardá-la só para nós. Quem é presenteado por ela, deve expressá-la de todas as formas, multiplicá-la como estrelas e fazê-la presente no mundo, ser um foco de luz que aquece os corações e deixa a beleza por onde passa.
A ESPERANÇA não pode ser estática. Ela mora em nossos corações, que como vagalumes podem andar por aí e encher esse mundo de amor, fraternidade, paz e alívio.
E então aprendi com um pequeno vagalume o verdadeiro significado das luzes de Natal: ESPERANÇA!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O SOFÁ

por Fernanda Caprio

Qual o segredo que o sofá esconde?

Nos momentos de confraternizar, lá está ele, todo arrumado e convidativo.

Nos momentos de descansar pesadamente, lá está ele, forte e macio.

Nos momentos de chorar, lá está ele, carinhoso e acolhedor

Nos momentos de reunião, lá está ele, forte e decidido.

Nos momentos de discussão, lá está ele, silencioso e firme.

Seu papel na vida dos seres humanos é imponderável, e ainda assim, imprescindível.

Ele ocupa seu lugar de honra soberano nos lares de todos nós,

Todos vão até ele, sem se darem conta de que ele nunca abandona seu lugar de honra.